Cidades

Mobilização contra ameaça de fechamento de escola em SG

Alunos, pais e professores se reuniram para decidir ações contra fechamento. Foto via Grupo Plantão Enfoco

Professores e alunos da Escola Estadual Professora Abigail Cardoso, no Jardim Catarina, em São Gonçalo, se mobilizam contra o fechamento do colégio por parte da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc). A comunidade escolar fez um ato nesta sexta-feira (24) na Diretoria Regional Metropolitana II, base da Secretaria no município, cobrando que as atividades da unidade sejam mantidas.

Na última terça-feira, a direção do colégio recebeu uma sinalização sobre o fechamento, em reunião na Metropolitana II, a partir de fevereiro. De acordo com docentes, a unidade será fechada para remanejamento de vagas para as escolas cívico-militares previstas para os bairros de Alcântara e Galo Branco.

A escola Abigail Cardoso tem espaço físico reduzido, com apenas quatro salas de aula, e não tem quadra esportiva. A unidade atende 40 alunos do 6º ao 9º ano durante a tarde, segundo a Secretaria. No noturno, o colégio recebe 54 alunos no ensino médio pelo Núcleo Educação de Jovens e Adultos (NEJA), de acordo com o Censo Escolar.

O professor Fábio Diego, 33 anos, que ensina História e Filosofia na escola, acredita que no caso de fechamento os alunos seriam transferidos para bairros mais distantes.

"No caso do NEJA, isso representa risco de evasão. Nossa demanda é pela ampliação da estrutura da escola e criação de ensino médio, e não pelo fechamento", afirmou o professor.

Fábio destacou, ainda, a importância da escola para o acesso à educação no Jardim Catarina — comunidade que abriga 73 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A escola fica dentro de uma comunidade carente que precisa muito da presença da instituição. O colégio é o único suspiro de cidadania que restou ali e muitas famílias do Jardim Catarina tem uma relação de afeto com o colégio", completou o docente.

Representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) e da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) integraram o ato.

“O processo de fechamento da escola iniciou com as matrículas abertas. Estamos cobrando que o colégio não feche. Esse fechamento é ilegal, pois foi anunciado sem que a secretaria ouvisse o Conselho Estadual de Educação. Notificamos o Ministério Público e a Seeduc”, afirmou o deputado estadual Flávio Serafini (Psol), que preside a comissão.

De acordo com Serafini, a direção da Metropolitana II sinalizou que vai reavaliar o fechamento da unidade. Os professores também apostam que a secretaria vai recuar da proposta.

Apesar das denúncias, a Secretaria Estadual de Educação emitiu nota negando o fechamento da unidade: 'A informação sobre o fechamento da Escola Estadual Professora Abigail Cardoso não procede'.

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